O município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, amanheceu em choque no dia 23 de setembro de 2025 após a descoberta do corpo de Júlia Ramilly dos Santos Silva, de apenas 20 anos. A jovem, que trabalhava como manicure autônoma e era mãe de uma menina de cinco anos, foi encontrada morta dentro de um quarto de motel localizado na PE-022.
O corpo foi achado por uma camareira por volta das 9h, quando percebeu que o check-out não havia sido realizado. Segundo relatos, Júlia estava de bruços, coberta por um lençol, com a blusa rasgada e um controle remoto introduzido em suas partes íntimas. O quarto apresentava sinais de violência: roupas e objetos espalhados, além de unhas postiças arrancadas.
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou que a causa da morte foi asfixia por estrangulamento, com marcas evidentes de esganadura no pescoço. A Polícia Civil teve acesso às imagens das câmeras de segurança do motel, que mostraram um homem deixando o local às 7h14 em uma motocicleta. Ele foi identificado como Djalma Diego Oliveira Deodato, de 25 anos.
De acordo com funcionários do estabelecimento, o suspeito realizou o check-out afirmando que “a companheira havia ficado no quarto”. A polícia iniciou buscas e conseguiu prender Djalma ainda no mesmo dia. Em depoimento, ele contou que conheceu Júlia durante a madrugada em um ponto de tráfico no bairro de Pau Amarelo, em Paulista. Os dois teriam consumido cocaína antes de seguir para o motel por volta das 4h30.
Na audiência de custódia realizada em 24 de setembro, a Justiça converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva. Djalma foi transferido para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. O Ministério Público de Pernambuco acompanha o caso, enquanto exames complementares do IML buscam identificar se houve violência sexual.
O velório e o enterro de Júlia aconteceram no dia 24, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife, em meio a forte comoção de familiares e amigos. A Delegacia de Paulista segue conduzindo as investigações para esclarecer todos os detalhes do crime
A morte brutal da jovem reacendeu o debate sobre a escalada da violência contra mulheres em Pernambuco, levantando pedidos de justiça e endurecimento das leis para casos de feminicídio.